Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, protagonizaram um encontro inédito nesta segunda-feira (14), em Bali, na Indonésia, país que sediará a cúpula do G20 nesta semana. Esse é o primeiro encontro presencial entre eles desde que Biden assumiu o governo, em 2021, e que Xi Jinping foi eleito para seu terceiro mandato.
A reunião bilateral entre os presidentes tratou de assuntos como a guerra na Ucrânia, a tensão em Taiwan e a escalada nas ameaças nucleares por parte da Coreia do Norte. “Como líderes de nossas duas nações, compartilhamos a responsabilidade, na minha opinião, de mostrar que a China e os Estados Unidos podem gerenciar nossas diferenças, impedir que a concorrência se torne algo próximo de um conflito e encontrar maneiras de trabalhar juntos em questões globais urgentes que exigem nossa cooperação mútua”, disse Biden.
Xi Jinping afirmou que a relação entre China e Estados Unidos não correspondia atualmente às expectativas do restante do mundo e que isso precisava ser corrigido por meio de trabalho conjunto entre ambos os líderes. “O mundo espera que a China e os EUA lidem da maneira certa com essa relação”, comentou.
Tensões e midterms
O encontro entre ambos ameniza a chamada ‘Guerra Fria 2.0’ que Washington e Pequim vêm protagonizando, porém não encerra a disputa diplomática em diversas questões importantes. Entre os acirramentos, está a interdependência econômica da China com relação ao Ocidente e vice-versa e o temor de possíveis sanções impostas pelos EUA, assim como as que enfrentam o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Ainda que Xi dobre a aposta com relação ao assunto, o tema é sensível para o mandatário que agora ocupa uma posição de protagonismo ainda maior na China, desde Mao Tse Tung.
Biden, por sua vez, encontra uma situação mais ‘favorável’. Em meio à preocupação sobre a vitória dos republicanos na Câmara dos Representantes e no Senado, o quadro, porém, acabou não se confirmando. Apesar dos republicanos conquistarem maioria apertada na Câmara, de 212 a 204, o Senado norte-americano ficou para os democratas por 50 a 49. O estado da Geórgia ainda pode consolidar a vitória democrata, com um segundo turno previsto para 6 de dezembro. Em caso de empate, a vice-presidente Kamala Harris tem o poder de decidir entre os senadores.
“Eu sei que estou voltando mais forte”, teria dito Joe Biden a Xi Jinping na chegada ao encontro com o mandatário chinês, sobre a segunda metade de seu governo, que se encerra em 2024.