Um estudo da revista The Lancet Infectious Diseases, divulgado na quinta-feira, 23, revelou que a vacinação contra a covid-19 impediu a morte de 20 milhões de pessoas em um ano de pandemia. A publicação levou em consideração o período entre dezembro de 2020 a dezembro de 2021.
Segundo o estudo, a maior parte das pessoas, cerca de 79% (15,5 milhões), foram protegidas pela vacina de maneira direta. Isso significa que o imunizante evitou que elas desenvolvessem sintomas graves da doença.
Já os outros 21% (4,3 milhões) tiveram as suas vidas preservadas devido à proteção indireta. Nestes casos, os pacientes que foram infectados pelo vírus não vieram a óbito devido a qualidade do atendimento nos hospitais, que não sofreram com a superlotação por conta do menor grau de contaminação da população.
De acordo com Oliver Watson, pesquisador do Imperial College London e o primeiro autor do estudo, das 20 milhões de vidas que foram salvas, 7,5 milhões são de pessoas que vivem em países pobres que não teriam acesso à vacina se não fosse pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A organização foi responsável pela criação do Covax, que fez com que os imunizantes chegassem a países de baixa e média renda por meio da doação de nações mais ricas.
Watson, no entanto, frisou que se a OMS tivesse conseguido atingir a meta de vacinar com as duas doses 40% da população mundial até o final do ano passado, o número de mortes evitáveis seria ainda maior.
“Se as metas estabelecidas pela OMS tivessem sido alcançadas, estimamos que cerca de 1 em cada 5 das vidas perdidas estimadas devido à covid-19 em países de baixa renda poderiam ter sido evitadas”, disse Watson.