Relatos de tentativas de assédio cometidos por motoristas de aplicativo, utilizando spray com produtos químicos para dopar as passageiras, vêm ganhando destaque nos noticiários. Nesta última semana, a fotógrafa Bruna Custódio, de 32 anos, denunciou em suas redes sociais uma suposta ação de um motorista nesse sentido.
A fotógrafa contou que estava no carro de um motorista da 99, quando começou a sentir tontura e ficar com a visão turva após o homem borrifar uma substância dentro do veículo, que possuía um estranho odor químico. O caso teria acontecido por volta das 20h30, depois que Bruna havia saído do trabalho, na Zona Sul de São Paulo. A vítima conseguiu sair do carro, após insistir para que o motorista parasse o mesmo. O portal Voz Diária noticiou o caso.
Sintomas como esses, relatados pela fotógrafa, podem estar relacionados ao uso de solventes como éter, clorofórmio ou metano. Tais substâncias agem diretamente no cérebro, e os efeitos sentidos passam por quatro fases, sendo elas:
– Sensação de excitação, com presença de euforia, náuseas, tontura, tosse e salivação excessiva;
– Depressão do cérebro, confusão mental, visão turva ou embaçada, dor de cabeça e alucinações;
– Depressão profunda, com queda do estado de alerta, coordenação motora e ocular comprometidas, reflexos prejudicados e alucinações;
– Depressão tardia, que consequentemente leva ao estado de inconsciência, queda da pressão e presença de convulsões.
As substâncias solventes evaporam rapidamente no ambiente e, por isso, são inaladas com facilidade. Em ambientes pouco ventilados, é possível sentir os efeitos como os que foram relatados pela fotógrafa.
Como se proteger
Especialistas recomendam que os passageiros permaneçam com as janelas abertas durante a corrida para que essas substâncias sejam dispersadas do veículo.
Outra ação efetiva que pode ser tomada é a utilização de máscaras de proteção, como as usadas durante a pandemia de covid-19, em especial a N95. Elas são eficazes, nesses casos, pois vedam a passagem de substâncias, facilitando a ação das vítimas que passem por situações como a da fotógrafa.
Em nota, após o ocorrido, a empresa 99 também pontuou que recomenda a opção de compartilhamento de rota com contatos que sejam de confiança, bem como o monitoramento das corridas, gravação de áudio e o acionamento de um botão para efetuar uma ligação direta para a polícia.
As denúncias para casos como o de Bruna Custódio podem ser feitos por meio do aplicativo da 99, ou pelo telefone: 0800-888-8999.
Com informações do portal Metrópoles.