Pela primeira vez desde o início da guerra na Ucrânia, a Rússia teria utilizado um míssil balístico intercontinental (ICBM) em um ataque contra Kiev. A informação foi divulgada pelo governo ucraniano, que afirmou que o míssil partiu da região de Astrakhan, no sul da Rússia, durante a madrugada desta quinta-feira (21). O Kremlin não confirmou as acusações e se recusou a comentar o caso.
O míssil foi direcionado à cidade de Dnipro, com alvos em infraestruturas industriais, segundo autoridades ucranianas. O tipo de ogiva utilizada não foi especificado, mas mísseis intercontinentais são capazes de transportar tanto ogivas nucleares quanto convencionais. As Forças Aéreas da Ucrânia ainda não detalharam os danos causados pelo ataque.
O episódio ocorre em meio a uma escalada nas tensões, dias após os Estados Unidos e o Reino Unido autorizarem a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance contra alvos em território russo. Essa mudança estratégica atendeu aos pedidos do presidente Volodymyr Zelensky, mas aumentou os temores de uma guerra aberta entre a OTAN e a Rússia.
Como resposta, o Kremlin atualizou sua doutrina nuclear, reduzindo os critérios para o uso de armas nucleares. Para Vladimir Putin, o apoio militar ocidental à Ucrânia representa uma “escalada militar” grave. A situação preocupa a comunidade internacional, que observa o aumento do risco de confrontos diretos entre grandes potências.
