Encenação da Paixão de Cristo no Pirajuçara leva público a lágrimas com show de fé e uso de tecnologia

 Encenação da Paixão de Cristo no Pirajuçara leva público a lágrimas com show de fé e uso de tecnologia

Imagem: Dereck Gomes

 

Após a pandemia, que interrompeu a encenação da Paixão de Cristo no Pirajuçara nos últimos três anos, fiéis puderam acompanhar na sexta-feira (07) e no domingo (09), um verdadeiro espetáculo de fé no ginásio Zé do Feijão, no Jd. Roberto, em Taboão da Serra. Organizado pela Paróquia São João Batista e com o apoio da Prefeitura, a encenação foi dividida em dois atos. Na Sexta-feira Santa, o vasto público que lotou o ginásio, assistiu a vida e a morte de Cristo. Já no domingo, após a celebração de uma missa especial de Páscoa, houve o término do espetáculo, com a encenação da ressurreição de Jesus.

Pela primeira vez, o Pirajuçara contou com uma estrutura bastante similar com a do centro da cidade, no Parque das Hortênsias. Além de um grande elenco e figurinos carregados de detalhes, o que mais chamou atenção no espetáculo deste ano foi o uso da tecnologia. Com grande jogo de luzes, o palco de LED foi um dos pontos altos da encenação e permitiu que os espectadores tivessem uma experiência ainda mais completa e emocionante.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico Trabalho e Renda de Taboão da Serra, Wanderley Bressan, que acompanhou toda a estruturação da peça, a administração municipal não mediu esforços para garantir que a Paixão de Cristo do Pirajuçara tivesse uma grande estrutura.

“É um privilégio da prefeitura de Taboão da Serra, do governo Aprígio, poder participar de um momento tão importante da história da nossa cidade, que é a retomada da Paixão de Cristo. Nós estamos aqui no Pirajuçara, coração da cidade. A prefeitura de Taboão não poupou esforços para oferecer a melhor estrutura e que fosse a altura da fé da paróquia São João Batista, a altura de todo amor, de toda dedicação que a comunidade colocou nessa Paixão de Cristo. O resultado foi uma linda mensagem de amor, de paz, de empatia, de solidariedade. É um verdadeiro espetáculo artístico porque a nossa comunidade, além de muito solidária, é muito talentosa. Estou emocionado e muito feliz. O Ginásio Zé do Feijão ficou lotado e a estrutura foi do tamanho que a paróquia São João Batista merece”, disse o secretário.

A encenação, que teve passagens muito conhecidas, como a partilha do pão entre os apóstolos, a traição de Judas, o interrogatório que crucifica Jesus e liberta Barrabás, a Paixão de Cristo levou o público às lágrimas por diversas vezes. Foi especialmente durante o açoitamento e a crucificação de Jesus, parte final da apresentação de sexta-feira, que a emoção de todos os presentes falou mais alto.

Já no domingo, após a missa de celebração da Páscoa, que foi acompanhada por quase 2 mil pessoas, o público pôde assistir ao encerramento da Paixão de Cristo, com a ressurreição de Jesus.

Marcada por mais uma novidade, a peça, neste ano, teve a interação entre a atuação de Flávio Almeida, que interpretou Cristo, e o grande telão de Led. Ao final, após proferir frases bíblicas, Jesus se aproximou de uma multidão e, logo após somente a sua imagem foi vista na tela, subindo aos céus.

Intérprete de Jesus, Flávio Almeida, comentou sobre o resultado final da peça e lembrou que, apesar de nenhum integrante do elenco ser ator profissional, a dedicação de toda a comunidade fez com que a Paixão de Cristo de 2023 entrasse para a história.

“Para nós, paróquia, hoje é um marco. Ter uma estrutura técnica tão bonita como essa, que a gente nunca havia tido, acho que contribuiu também para que o espetáculo fosse bonito, Agradecer a Deus, agradecer a paróquia pelo convite. Não temos nenhum ator profissional, a união da gente, acho que isso faz a diferença”, afirmou.

Já o Padre Kieran Ridge, que acompanhou a encenação nos dois dias, afirmou que a representação da vida de Cristo, foi muito bem feita e emocionante.

“Foi muito trabalho, muito esforço, e acredito que os responsáveis atingiram a meta. Acredito que todo o povo gostou e serviu para fazer um resumo da vida, sofrimento e morte de Jesus”, frisou.

Na direção coletiva do espetáculo, Joel Macedo, que conversou com a reportagem do Voz Diária, contou sobre os desafios na estruturação da peça e se disse muito feliz pelo que foi entregue.

“A organização foi em parceria com Edson Ferreira. É muito trabalhoso, o elenco são pessoas que acreditam na evangelização através da arte e estão abertos a atuarem. São amadores, deficientes, autistas. Um ator, com baixa visão, se desafiou a não usar óculos. O trabalho com oficinas e laboratório é árduo e intenso, porém é gratificante ver o resultado. Outro grande desafio é fazer ao vivo, pois compromete ainda mais o tempo dos atores para ensaio, para colocar todos em sintonia. Marcelo Nunes e Josy Matos se dedicaram para a logística”, disse.

“Já a estrutura, recursos técnicos, teve o apoio do secretário de Desenvolvimento Econômico, Wanderley Bressan, que foi grandioso e fundamental, pois a construção do cenário leva meses de trabalho. Os recursos foram inspiradores e fundamentais. Percebi que o público esperou com emoção e prazer em assistir o espetáculo. Acredito que atingimos o objetivo em ter uma encenação de qualidade na periferia”, completou.

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