quinta-feira, novembro 21, 2024
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Após críticas de Bolsonaro e Lira, José Mauro Coelho pede demissão da presidência da Petrobras

Após uma série de pressões externas, José Mauro Coelho pediu demissão da presidência da Petrobras e, também, do Conselho de Administração da estatal. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 20. José Mauro Coelho ficou no cargo pouco mais de dois meses, o menor período desde o fim da ditadura militar. 

“A nomeação de um presidente interino será examinada pelo Conselho de Administração da Petrobras a partir de agora”, disse a Petrobras em comunicado publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A saída vem após Coelho receber uma série de críticas feitas pelo presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PL). O fato também ocorre após a estatal elevar o preço da gasolina e do diesel para as distribuidoras.

Jair Bolsonaro (PL) chegou a defender a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a estatal, bem como os diretores e conselheiros.

“Nossa ideia é propor uma CPI para investigar a Petrobras, seus diretores e os membros do Conselho. Queremos saber se tem algo errado nessa conduta deles, porque não é possível se conceder um reajuste com o combustível lá em cima e com os lucros exorbitantes”, disse o presidente em entrevista à Rádio 96 FM, de Natal, na última sexta-feira, 17.

Já o presidente da Câmara, Arthur Lira (PL), se referiu a Coelho como “ilegítimo”, embora não tenha mencionado que o executivo foi escolhido e indicado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, em abril, para comandar a estatal. Em artigo para a Folha de S. Paulo, o presidente da Câmara acusa a estatal de “capitalismo selvagem” para manter lucros bilionários, mas não menciona, também, que a maior fatia dos dividendos pagos vai para o caixa do governo, porém sem destino certo.

“O primeiro passo que temos de dar é conhecê-la. Quanto gastam seus diretores em suas viagens? Quanto custam suas hospedagens? No exterior ficam onde? Em que carro andam? Quem paga seus almoços e jantares? Alugam carros? Aviões? Helicópteros? Há excessos? De onde vieram? Como constituíram seus patrimônios? Seus parentes: investem onde e são ligados a quem? Depois, temos de entender os critérios de formulação de políticas da empresa. Temos de entender com quem os diretores e os conselheiros conversam. E esses interlocutores: são ligados a que interesses?”, indagou Lira.

Diante das críticas de Lira, Petrobras e seus executivos não se pronunciaram.

 

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