Após um hiato de sete anos, o Linkin Park retorna ao cenário musical com “From Zero”, seu oitavo álbum de estúdio, lançado nesta sexta-feira (15). O trabalho marca uma fase importante na trajetória da banda, que agora tem à frente Emily Armstrong, ex-vocalista do Dead Sara, e Colin Brittain assumindo a bateria, substituindo Rob Bourdon.
“From Zero” simboliza um novo início para o Linkin Park, refletindo tanto suas origens quanto uma nova direção artística. O título do álbum faz alusão ao nome original da banda, ‘Xero’, e quer representar uma espécie de novo começo com a atual formação. Musicalmente, o álbum transita por gêneros como nu metal, rock alternativo, metal alternativo, pop rock, rap rock e rock eletrônico, mantendo a essência que consagrou o grupo, mas incorporando elementos contemporâneos que soam bem aos ouvidos.
Após a curta faixa de apresentação intitulada “From Zero” — algo parecido com “Foreword” do consagrado álbum Meteora —, somos apresentados a “The Emptiness Machine”, que já acumula milhões de visualizações no YouTube, o que demonstra a ótima receptividade dos fãs. A crítica especializada vem destacando a energia renovada da banda e a química entre Armstrong e Mike Shinoda.
É uma tarefa difícil mencionar o grande destaque para este álbum, mas certamente Heavy is the Crown, Cut the Bridge, Casualty, Overflow, Over Each Other e IGYEH representam muito bem o passado e o presente de um Linkin Park que parece ter encontrado sua nova identidade, sem se esquecer daquela outra, muito construída por Chester Bennington.
Casualty, por exemplo, é tão intensa e ‘rasgada’ quanto uma ‘Be Myself’ de Hybrid Theory, lançado em 2000. Se em 2010 o álbum “A Thousand Suns” chegou a ser subestimado pelo seu ar industrial, Overflow demonstra um poder melódico surpreendente, fundindo eletrônica e rock novamente, mas de forma mais contemporânea e genuína, tornando-a poderosa ao seu estilo.
A inclusão de Emily Armstrong e sua voz potente e versátil complementa as rimas de Shinoda, criando uma sinergia que revitaliza o som da banda. Com ela, a impressão que temos é que conhecemos essa ‘casa’, mas ao adentrarmos, todas os cômodos estão reformados. É esse mix entre familiaridade e renovação, que From Zero não pretende agradar novos ou velhos fãs; parece que Linkin Park, uma vez mais, só pretende ser ele mesmo, sob sua própria perspectiva.
A turnê mundial “From Zero” está programada para 2025, com datas confirmadas em diversas cidades, incluindo São Paulo, onde a banda se apresentará no Allianz Parque.
Em resumo, “From Zero” representa uma evolução corajosa para o Linkin Park, equilibrando nostalgia e inovação. A banda demonstra que é possível honrar o legado de Chester Bennington enquanto explora novos horizontes musicais, reafirmando sua relevância no cenário musical que a fez ser quem é mundo afora.