Os últimos dias que fizeram os termômetros bateram recorde de temperaturas na região Sudeste devem ser marca registrada de todo o verão. Segundo pesquisadores, por conta do fenômeno El Niño, que é conhecido por deixar as águas do Oceano Pacífico mais quente do que o normal, o calor extremo deverá se estender até abril.
“Tudo indica que teremos um verão extremamente quente. É um El Niño de intensidade muito forte que, juntamente com o aquecimento global, produz esses efeitos que nós estamos vendo”, afirmou o coordenador da Rede Clima da Universidade de Brasília (UnB), Saulo Rodrigues Pereira Filho, à Agência Brasil.
De acordo ainda com Saulo, além das temperaturas elevadas no Sudeste e Centro-Oeste, a seca no Norte e Nordeste e as chuvas acima da média na região Sul também são duas situações causadas pelo El Niño. O fenômeno, que acontece de 7 em 7 anos, pode ter duração média de até 15 meses.
“A atmosfera sente a mudança do posicionamento das águas quentes que saem lá de perto da Ásia, da Austrália e da Oceania e vêm ocupar porções mais centrais ou até mais próximas da América do Sul. E aí existe um impacto. Uma das assinaturas é justamente essa dificuldade dos sistemas frontais conseguirem avançar mais em direção ao Sudeste e ao Centro-Oeste”, explica sobre o fenômeno.
Saulo pontua ainda que por conta do calor excessivo e a dificuldade da chegada das frentes frias na região Sudeste, a quantidade de chuvas também deve ficar abaixo do esperado para essa época do ano.
“Estamos tendo um período extremamente longo em que não há atuação de nenhuma frente fria. Elas não estão conseguindo avançar em direção ao Sudeste e ao Centro-Oeste. Chove muito no Sul e as frentes frias vão embora direto para o oceano”, finaliza.
*com informações da Agência Brasil