Os dias quentes podem ser um verdadeiro desafio para os nossos amigos felinos. Diferente dos humanos, que conseguem regular a temperatura corporal através do suor, os gatos dependem de outros mecanismos para evitar o superaquecimento. Além disso, ao contrário dos cachorros, a forma com que os gatos demostram desconforto é muito mais sutil, o que demanda uma atenção maior dos tutores. É por isso que reconhecer os sinais de calor excessivo é fundamental para manter o bem-estar do seu pet.
Para falar sobre esse assunto, conversamos com a Dra. Tatty, médica veterinária em Taboão da Serra, que possui experiência no assunto. Ela explicou para o Voz Diária os principais sinais de que seu gato está sofrendo com o calor, dicas práticas para refrescá-lo e quando procurar ajuda veterinária. Confira a entrevista:
Sinais de que o gato pode estar sofrendo com o calor

Os gatos podem demonstrar diversos sinais quando estão lidando com temperaturas elevadas. “A temperatura corporal dos gatos é aproximadamente 38,2°C, um pouco mais elevada do que o humano. Com a elevação da temperatura ambiente, nós ficamos desconfortáveis, mas para os nossos amigos é muito mais desconfortável”, explica Dra. Tatty. Diante disso, ela destacou os principais sintomas de desconforto térmico, que incluem:
- Desconforto visível;
- Redução do apetite;
- Inquietação;
- Respiração acelerada ou pela boca aberta;
- Miados frequentes de desconforto;
- Salivação intensa;
- Caminhar de maneira desajeitada.
Esses sinais podem surgir isoladamente ou em conjunto e exigem atenção imediata, pois em casos extremos o superaquecimento pode levar ao óbito.
Desconforto leve ou grave: o que considerar
Questionada se existem os sinais mais leves ou graves, a Dra. Tatty enfatizou que, ao notar qualquer sinal de desconforto térmico, é importante agir rapidamente. “Não classificaria entre leves e graves, pois todo desconforto térmico merece atenção. Os gatos podem apresentar um ou todos os sintomas mencionados, e, em casos extremos, pode haver complicações severas”, alertou.
Como prevenir o superaquecimento em gatos?

A prevenção é sempre o melhor caminho para evitar que o calor afete a saúde dos felinos. A Dra. Tatty sugere algumas práticas simples e eficazes:
- Água fresca sempre disponível: Garanta que o gato tenha acesso a potes de água fresca e limpa, distribuídos em diferentes pontos da casa. A troca diária da água é essencial.
- Ambientes sombreados: Se o gato tem acesso ao quintal ou áreas externas, é fundamental que haja locais com sombra e cobertura para protegê-lo do sol e da chuva.
- Ventilação adequada: Usar ventiladores ou ar-condicionado pode ser benéfico, mas é importante permitir que o gato tenha liberdade para se afastar se preferir.
- Evitar tosas: Apesar de muitos acreditarem que tosar o gato pode aliviar o calor, isso não é recomendado, já que a pelagem atua como um isolante térmico.
Hidratação e alimentação como aliadas

Manter o gato hidratado é uma prioridade nos dias mais quentes. Para isso, a Dra. Tatty sugere alimentos úmidos, como sachês e patês comerciais, que ajudam não apenas na hidratação, mas também são um agrado para os felinos.
“A hidratação, combinada com uma alimentação balanceada, é uma excelente forma de manter o pet saudável e confortável durante o verão”, explicou.
O que fazer diante de sinais graves, como desorientação ou convulsões?

Caso o gato apresente sinais mais preocupantes, como desorientação ou até convulsões, é essencial agir de maneira calma e rápida. A Dra. Tatty oferece algumas orientações:
- Ambiente fresco: Leve o gato para um local mais fresco e ventilado.
- Toalhas úmidas: Umedeça uma toalha ou pano e envolva o gato para ajudá-lo a reduzir a temperatura corporal.
- Proteger o pet: Em casos de desorientação, evite que o gato se machuque afastando objetos perigosos ou bloqueando o acesso a escadas.
- Cuidado com convulsões: Se o gato entrar em convulsão, nunca tente colocar as mãos na boca do animal. Em vez disso, segure a cabeça delicadamente para evitar que ele se machuque.
Por fim, a Dra. Tatty reforça: “Sempre leve o pet ao médico veterinário de confiança. Evite medicar por conta própria, pois isso pode agravar o quadro.”