quinta-feira, novembro 21, 2024
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USP segue em greve e professores aderem à paralisação em apoio a estudantes

 

Na noite de terça-feira, 26, em Assembleia Geral da Adusp realizada no Auditório Nicolau Sevcenko, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências (FFLCH), professores da Universidade de São Paulo (USP) decidiram aderir à greve geral dos estudantes e paralisaram as atividades docentes até a próxima segunda-feira, 02, data em que deverá ocorrer uma nova assembleia para avaliar se permanecerão em greve ou não.

Em carta aberta após a Assembleia Geral, assinada pela Associação de Docentes da USP (Adusp), docentes afirmam que nas últimas décadas houve “uma significativa expansão, sem que houvesse a devida contrapartida de financiamento e de contratação de servidora(e)s”. “As consequências dessas disparidades são visíveis no dia a dia de estudantes, docentes e funcionário(a)s: disciplinas que não são oferecidas ou o são de forma precária, turmas com superlotação, sobrecarga de trabalho, cursos e áreas ameaçadas de extinção, entre outras”, segue a carta.

De acordo com um levantamento feito pela Adusp, o corpo docente da universidade encolheu 17,56% desde 2014. Em setembro daquele ano, o total de professores efetivos(as) era de 5.934 e caiu para 4.892 em agosto de 2023. A associação ainda indica que a contratação de 876 docentes prevista até o final da gestão atual “não será suficiente para repor as perdas acumuladas nos últimos anos, além de desconsiderar as saídas que naturalmente continuarão a ocorrer”.

Paralisação

Imagem: Reprodução/Esquerda Diário

A greve dos estudantes da USP foi aprovada no último dia 20, e dentre as alegações apresentadas está o pedido por melhorias na política de permanência estudantil, e a de que a universidade apresenta defasagem no quadro de professores. Alunos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), por exemplo, temem que a falta de contratação de profissionais acabe por descontinuar algumas disciplinas, como Japonês e Coreano, ministradas pelo curso de Letras.

De acordo com a Adusp – composta por cerca de 2,6 mil profissionais -, estudantes de pelo menos 25 unidades e/ou cursos da USP já aderiram à paralisação, aprovaram parcialmente ou ainda irão deliberar sobre a adesão.

Também está em discussão a possível entrada de outros grupos em apoio à greve na USP, como é o caso do Sindicato dos Trabalhadores da USP, além da proposta de unificação de agendas com funcionários públicos descontentes com as privatizações da Sabesp, Metrô e CPTM, propostas pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

“Falta de docentes, busca de melhores condições de trabalho e de estudo, isonomia e equiparação salarial, ampliação da permanência estudantil, entre outras, formam a base das mobilizações”, diz o informativo Fórum das Seis, assinado em conjunto pelo DCE da Unicamp, DCE-Livre da USP, DCE das FATECs e Representação Estudantil da Unesp. “Nas demais categorias do funcionalismo público, começa a se fortalecer a luta contra a privatização – que ameaça a Sabesp, o Metrô e a CPTM neste momento, por iniciativa do governo Tarcísio de Freitas – e contra a reforma administrativa nos âmbitos federal e estadual”, segue a publicação.

 

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