Vereador de SP, Camilo Cristófaro, tem mandato cassado após episódio de racismo

 Vereador de SP, Camilo Cristófaro, tem mandato cassado após episódio de racismo

Imagem: Paulo Pinto/Agência Brasil

 

O vereador de São Paulo, Camilo Cristófaro (Avante), teve o mandato cassado na noite de terça-feira (19), após 47 dos 55 vereadores, votarem favoravelmente pelo fim da atividade parlamentar do mesmo na Câmara Municipal de São Paulo. Camilo foi acusado de quebra de decoro parlamentar após fazer uma fala de cunho racista durante uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), em maio do ano passado.

A expulsão, que aconteceu após uma sessão que durou mais de 3 horas, foi a primeira na história da cidade de São Paulo a ser motivada pelo crime de racismo. O nome do vereador, que ganhou as páginas dos jornais em 2022, ficou conhecido após ele afirmar que “Não lavaram a calçada, é coisa de preto, né?” durante uma sessão remota da CPI dos Aplicativos. Na época, o microfone do parlamentar estava aberto enquanto ele conversava com outra pessoa.

“Cassar o mandato de um parlamentar é uma decisão difícil, não é algo que os demais vereadores fazem com prazer. No entanto, é uma decisão que atesta a seriedade da Câmara Municipal de São Paulo. A mensagem que a maior Câmara Municipal da América Latina passa hoje é de não ao racismo e não a todo tipo de preconceito. Esse tipo de atitude não pode mais ser tolerada, dentro e fora desta Casa”, afirmou o presidente da Câmara, vereador Milton Leite (União).

Em sua defesa, Camilo alegou que não é racista e que enquanto foi vereador, deu oportunidade de trabalho para as pessoas negras.

“Nunca fui chamado de racista por qualquer canto em que eu ando nessa cidade. Um vereador racista que tem na sua equipe de gabinete mais do que qualquer outro vereador: 60% de negros. Tenho hoje 150 obras nesta cidade e 95% das pessoas beneficiadas são negras”, disse.

Com a saída de Camilo, quem assume a cadeira é o primeiro suplente do PSB, Adriano Santos.

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