Reencontro de elenco de ‘Castelo Rá-Tim-Bum’ é alimento quase perfeito para a nostalgia
Plift Ploft Still, a porta se abriu! E ela se abriu, novamente, para as eternas crianças que hoje estão com seus 30 ou 40 anos e que ainda lembram com carinho e nostalgia do programa Castelo Rá-Tim-Bum, apresentado pela TV Cultura. Às vésperas de completar trinta anos de sua estreia, boa parte do elenco se reencontrou em um episódio especial que foi ao ar no sábado, 25 de fevereiro, no canal do YouTube @OreoReceitasBrincantes.
Está quase tudo lá, para a felicidade dos fãs. Após a clássica música de abertura do programa, é Biba, interpretada pela atriz Cinthya Rachel, que chega novamente ao cenário e se depara com o porteiro do Castelo. A senha para a entrada é uma adivinhação: qual era o nome original da série, antes de se chamar ‘Castelo Rá-Tim-Bum’? Com a resposta correta de Biba, as portas se abrem e, com elas, os nossos sentimentos mais puros e verdadeiros da infância também dão as caras.
Rapidamente, surge descendo as escadas a atriz Rosi Campos, que viveu a personagem Morgana na série, e entre uma conversa e outra, vamos revivendo junto com as duas alguns cenários memoráveis. Cinthya fala sobre o seu cenário preferido, que é a biblioteca do Castelo, e também menciona sobre o quarto do Nino (o cenário preferido desse que vos escreve). Essa é uma sensação tão curiosa que até parece que nós, que estamos assistindo do outro lado da tela, somos essa ‘terceira pessoa’ que completa a roda de conversa.
Entretanto, quando surge Cássio Scapin na tela, aí é que a emoção bate forte. Scarpin deu vida ao eterno Nino, e o seu show de interpretação enquanto esteve envolvido com esse personagem, fez com que ele, apesar de ter desempenhado outros papeis ao longo de sua carreira, fosse sempre reconhecido como o Nino, especialmente para os noventistas, como eu. E tudo bem, diga-se de passagem. Pelo menos em mim, esse personagem de Scapin possui uma grande simbologia e é inesquecível. Vai ver esse é o prêmio dos grandes artistas: viver para sempre dentro de outras emoções e de outros corpos, que não apenas as suas, nem somente o seu próprio corpo.
O Castelo está lá. Está no lustre, na casa dos passarinhos, na árvore da Celeste, nos quadros decorativos, no relógio, na cozinha, nas músicas que até hoje sabemos de cór e salteado, nos jargões. E é observando tudo com atenção, enquanto cenas de capítulos são intercaladas com o reencontro de agora, que nossa criança interior meio que pega as mãos do nosso adulto de hoje, e torna a nos apresentar, uma vez mais, um fantástico universo.
Assim que Biba, Nino e Morgana atravessam a porta da biblioteca, é sob um palco de teatro que, pouco a pouco, vão retornando personagens clássicos. Ressurge o diretor Cao Hamburguer, ressurge Zequinha (Fredy Allan), Penélope (Ângela Dippe), Bongô (Eduardo Silva), Capirora (Patrícia Gaspar), Dr. Abobrinha (Pascoal da Conceição), as passarinhas (Dilma Souza Campos e Ciça Meirelles), as fadinhas Lara (Teresa Atahyde) e Lana (Fabiana Prado), os compositores da música de abertura, ressurgem os atores que deram vida aos bonecos Godofredo, Mau e o Gato Pintado, e por aí vai. Tudo isso, é claro, sem deixar de lembrar daqueles que já se foram, como os atores Wagner Bello e Sérgio Mamberti, o Etevaldo e o Dr. Victor, respectivamente. Aliás, sem spoilers, mas a parte do Dr. Victor é verdadeiramente emocionante.
Esse reencontro é quase perfeito. Quase, pois faltou ali o nosso Luciano Amaral, que viveu o Pedro na série, e o Marcelo Tas, o Telekid. Quase, pois o tempo foi muito curto para tanta saudade.
Para quem ainda não assistiu, fica a recomendação. Assistam! ‘Castelo Rá-Tim-Bum’ é, certamente, uma obra muito além do seu tempo que soube testar e explorar muito bem, na televisão brasileira, uma fórmula inédita para a sua época e que, mesmo nos dias atuais, ainda funciona muito bem.