Ignorantes e desumanos também envelhecem e Regina Duarte é a prova disso

 Ignorantes e desumanos também envelhecem e Regina Duarte é a prova disso

Foto: Sérgio Lima/Poder360

 

Queridas e queridos, ignorantes e desumanos também envelhecem. Querem uma prova? Olhem para a figura de Regina Duarte, está tudo lá. É uma decadência que surpreende, espanta. Nietzsche foi quem disse: “Quem combate monstruosidades deve cuidar para que não se torne um monstro. E, se você olhar longamente para um abismo, o abismo também olha para dentro de você”. Pois bem! Regina Duarte não só olhou para o abismo, como se lançou nele e, desde então, não para de rir enquanto despenca.

É que ela achou por bem usar suas redes sociais – um esgoto digital a céu aberto, diga-se -, para ironizar a situação dramática da população Yanomami. “A infância desamparada dos Ianomâmis, uma gente criada à base de mandioca, feijão, verduras e peixe”, postou a atriz sobre a situação de indígenas que sofrem por desnutrição no Norte do país. A mensagem é acompanhada de um emoji piscando e mandando beijo. Regina Duarte, uma ferrenha apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), se nega a compreender e aceitar a realidade daquele povo, que padece por fome, malária, pneumonia e contaminação dos rios por mercúrio, tudo isso por conta do avanço ilegal do garimpo.

Rapidamente, a classe artística se uniu contra tal declaração da atriz. Elisa Lucinda classificou a postagem como cruel: “Onde será que foi morar a Regina amorosa que conhecíamos? Que postagem é essa?!”. Paulo Betti também usou a sua conta no Instagram para criticar a postura de Regina: “Você é mãe, avó! Respeite a inteligência de quem lê suas postagens e te segue! Respeito ao povo Yanomami!”, disse. Astrid Fontenelle, por sua vez, foi contundente: “Dessa vez a senhora ultrapassou todos os limites da sanidade e da moralidade. É imoral, cruel demais”.

Alguns questionam o que deve ter ocorrido com a ‘namoradinha do Brasil’. Onde é que foi parar aquela pessoa ‘amorosa’? Cadê aquela figura carismática de outrora? Cadê a humanidade daquela que deu vida a tantos personagens ao longo de sua carreira? Eu respondo. Ou Regina Duarte sempre foi isso aí que vemos hoje, ou ela foi tragada pela seita extremista que se apossou do país e fez suas vítimas nos últimos anos.

Ou, até mesmo, as duas opções.

 

Regina Duarte saúda o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante posse como secretária de Cultura. (Foto: Alan Santos/PR)

Pois é, amigas e amigos. É duro notar esse adoecimento da alma. Quando você percebe a desconexão com a realidade aprofundar-se em níveis cada vez mais desumanos, insensíveis, o nível mais baixo e perverso da nossa espécie se revela.

Crianças esquálidas, que choram nos braços de suas mães adoecidas pelo mercúrio, não devem ser motivo de ironia. Idosos subnutridos, adultos atingidos por malária, jovens ardendo em febre, uma população inteira sendo alvo de genocídio, não deve ser motivo de deboche. A perversidade, a ignorância e a desumanidade de Regina Duarte são coisas que se entrelaçam. É como um abraço da morte, tão sutil quanto uma planta hospedeira, que chega de mansinho e finda envolvendo por inteiro.

É que pessoas ruins sempre andaram por aí, livres. É que perversos também escondem a maldade sob máscaras e atuam diariamente. Parece que Regina Duarte envolveu-se demais com o seu papel de vilã e gostou da coisa, optando por fazer da insensibilidade, da crueldade, da desumanidade, suas moradas prediletas. E devemos lembrar que essa é uma escolha, e não uma inocência. Ela desejou ser assim, e conquistou o seu objetivo. Ela olhou para o abismo e se lançou nele.

Fato é que Regina continua sendo a ‘namoradinha do brasil’, quer vocês queiram ou não. Mas de um só. De um brasil que acampa em frente ao Exército para pedir intervenção militar, que destrói símbolos democráticos, que promove terrorismo, que saúda uma espécie de ‘reich’, que se envenena por livre e espontânea vontade com a ignorância promovida pela seita extremista, e por aí vai. É o brasil que se delicia de prazer, nos grupos de WhatsApp e Telegram, ao debochar e ironizar a morte de seres humanos.

E antes que me acusem de erro crasso, foi pensado digitar “brasil”, com ‘B’ minúsculo; é que desconsidero profundamente um país assim, tomado por todo o azar de coisas antiquadas, insensíveis e desprezíveis. O Brasil real é outro, mas que a alucinação de pessoas como a Regina não permite enxergar.

É “essa gente” – devolvendo as palavras cruéis da própria atriz ao se referir aos Yanomamis – que o Brasil, com ‘B’ maiúsculo, não merece e não precisa.

Sigamos.

 

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