EUA realizam testes nucleares em meio a ameaças do presidente russo Vladimir Putin

 EUA realizam testes nucleares em meio a ameaças do presidente russo Vladimir Putin

Imagem: Twitter/@US_STRATCOM

 

Após 9 meses, os Estados Unidos voltaram a realizar testes com 4 mísseis de capacidade nuclear, em clara resposta de Washington às ameaças feitas pelo presidente russo Vladimir Putin em meio à Guerra da Ucrânia. A mudança de postura por parte dos EUA rompe uma moratória informal adotada pelo país, que tinha como objetivo manter a tensão nuclear em patamar baixo.

Segundo informações do Comando Estratégico dos EUA, os testes foram conduzidos na última sexta-feira, 17, e envolveu quatro dispositivos Trident 2 D5LE, que seria uma versão atualizada do principal míssil nuclear naval norte-americano. As atividades militares ocorreram a partir de um submarino de propulsão nuclear da classe Ohio, próximo à costa da Califórnia. “Esses lançamentos marcam o 188º lançamento de mísseis bem-sucedido do sistema de armas estratégicas Trident II (D5)”, disse o órgão em seu perfil no Twitter.

Hans Kristensen, chefe do Projeto de Informação Nuclear da Federação dos Cientistas Americanos e um dos maiores especialistas sobre o tema no mundo, considerou em seu Twitter que “o período de comedimento nuclear da administração Biden acabou”.

O último teste realizado pelos EUA havia ocorrido em setembro de 2021. Após o início da Guerra da Ucrânia, em 24 de fevereiro, a Força Aérea norte-americana chegou a adiar o lançamento do míssil ICBM (míssil balístico intercontinental, em tradução para o português) Minuteman 3, em 3 de março deste ano, alegando não querer enviar um sinal errado à Rússia.

Moscou, por outro lado, segue com o seu avanço pelo Leste Europeu. O presidente russo Vladimir Putin anunciou, na última segunda-feira, 20, que o seu novo míssil ICBM RS-28 Sarmat (Satã-2, no Ocidente) entrará em operação ainda no fim deste ano após ser testado com sucesso em abril.

Rússia e Estados Unidos possuem, juntos, 89,7% das armas nucleares do mundo. Os dois países concentram cerca de 11.527 ogivas nucleares, das quais 5.977 pertencem ao governo russo e 5.550 ao governo norte-americano, até fevereiro de 2022.

 

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